Nova tecnologia torna possível dissecar cadáver virtualmente
Equipamento tem o mesmo tamanho de uma mesa de operação normal, mas não envolve sangue nem bisturis.
Uma tecnologia pode representar o futuro, tanto
para o ensino de futuros médicos sobre anatomia quanto na preparação para
operações reais. Há nove meses, o Imperial College e o Saint Mary's Hospital,
de Londres, compraram em parceira uma mesa de operação touchscreen, que permite
dissecar e reconstituir um "corpo humano" (como colocar órgãos de
volta, reimplantar ossos, etc), tudo através de uma realidade virtual.
O equipamento é o primeiro do tipo na Europa e
custou o equivalente a cerca de R$ 180 mil. Tem o mesmo comprimento e tamanho
de uma mesa de operação normal. O "cadáver" que aparece na tela,
apelidado Melanie, é um representação virtual criada a partir de uma combinação
de gráficos e digitalizações reais do corpo humano.
Estudantes e cirurgiões podem interagir com o
corpo, quer através do toque ou com um mouse tradicional. A pele pode ser
removida para expor os órgãos internos, as áreas podem ser ampliadas para um
estudo mais detalhado, e o software pode trabalhar com dados de pacientes
reais. Não há sangue, não há necessidade de bisturi ou outros instrumentos
médicos.
Atualmente as escolas de medicina e de
saúde em geral, sofrem para falta de cadáveres humanos para treinar os futuros
profissionais.
Alguns levantamentos feitos pelo nosso
blog, foi possível perceber que as faculdades recebem em média menos de um cadáver
por ano, o que significa que a matéria prima para aulas de anatomia
principalmente, é disputado centímetro a centímetro pelo alunos.
Numa faculdade que tem curso de
medicina, nutrição, fisioterapia, por exemplo, este cadáver deve ser dividido
por mais de 120 alunos por semestre, o que inviabiliza o estudo pratico da matéria.
Há quem diga que faculdades como a
Federal do Rio Grande do Sul, tem cadáveres com mais de 30 anos no laboratório
de anatomia.
O tempo de utilização de cada cadáver pelas
escolas é de no máximo cinco anos, mas em virtude da escassez estes passam a
ser utilizado por muito mais tempo.
A qualidade dos exemplares conservados
nestas unidades, também é um ponto a ser observado, pois, os métodos tradicionais
utilizados (imersão em tanques de formol, que queima o tecido enrijecendo músculos
e pele), é outro fator que dificulta o aprendizado.
Exemplar antigo
Recentemente o Laboratório São Carlos,
em consultoria a Faculdade Fátima de Caxias do Sul, preparou dois exemplares de
corpos doados a esta instituição, que receberam preparação especial e que
mostrou muito superior aos existentes nas escolas em geral.
Aparelho com órgãos e vísceras de cadaver com mais de 60 dias de óbito conservado em técnica e produtos do Labotório São Carlos
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Desenvolvidos através de técnica exclusiva
e produtos especiais pelo Laboratório São Carlos de Somatoconservação, os
corpos mantém a aparência e a textura natural, possibilitando maior definição
de tecidos e estruturas.
Corpos feminino com mais de 60 dias de óbito, preparado e conservado com técnica e produtos do Labotório São Carlos - imerso em conservante. |
Enquanto a tecnologia virtual apresentada
não chegar no Brasil, esta possibilidade de utilização de corpos nos moldes que
foram apresentados a Faculdade Fátima de Caxias do Sul, é a melhor alternativa,
tendo em vista o custo beneficio.
As faculdades que quiserem maiores
informações sobre a técnica, poderão fazer contato através deste blog.
O incentivo a doação de corpos para
universidade também é um tema que passaremos a enfrentar aqui neste espaço com
maior frequência.
O segmento funerário também sofre com
esta escassez, uma vez que necessita ainda mais que as faculdades, que podem
utilizar estes corpos por anos a fio, diferente do segmento funerário que
necessita para realização de um curso de 60 horas, e próximo a 40 de pratica,
cerca de vinte corpos, o que inviabiliza muitas vezes a existência de cursos práticos,
o que através deste novo programa poderia permitir o estudo de algumas praticas
sobre anatomia.
Vamos aguardar o futuro e a
viabilidade econômica deste serviço.
Fonte: http://paulocoelho-consultoria.blogspot.com.br/2012/05/nova-tecnologia-torna-possivel-dissecar.html