A Polícia Civil de Garibaldi, na Serra
do Rio Grande do Sul, investiga a suposta morte e o falso enterro de um
bebê. A polícia foi alertada no início da semana por funcionários do
Cemitério Municipal.
Na quarta-feira (8), agentes estiveram
no local, onde encontraram um tijolo e um lençol no caixão em vez do
corpo de uma criança. O velório e o sepultamento foram encomendados a
uma funerária da cidade por uma mulher em 27 de julho. A polícia não
descarta a hipótese de que o bebê nunca tenha existido.
Segundo o delegado Clóvis Rodrigues de
Souza, a mulher mora em Garibaldi e contratou os serviços da funerária
Nossa Senhora do Carmo para o sepultamento do filho de cinco meses.
De acordo com ela, a criança morreu em
Porto Alegre em decorrência de meningite e que o corpo seria encaminhado
a Garibaldi no dia 27 de julho.
“No entanto, o corpo não chegou. Houve
velório durante toda a madrugada e na manhã de sábado (28) os
procedimentos prosseguiram e foi realizado o enterro”, disse ao G1.
Depois do aviso, a polícia realizou a
abertura do caixão na quarta. No local, foram encontrados um tijolo e um
lençol. A partir desta quinta (9), a mulher e outras testemunhas serão
ouvidas pelo delegado. “Daremos um rumo às investigações. É difícil
precisar o que aconteceu, mas após conversas informais com parentes não
descartamos a hipótese de que a criança nunca tenha existido. Se isso se
confirmar, vamos buscar as motivações”, informa o delegado.
A proprietária da funerária Nossa Senhora do Carmo, Gabriela Bonadinan, confirmou o caso ao G1,
inclusive que o sepultamento seria realizado sem o corpo da criança no
caixão. Conforme ela, a mãe afirmou que o bebê havia sido sepultado na
capital e que o enterro em Garibaldi seria ‘simbólico’. Gabriela conta
ainda que havia parentes durante o velório, o que dava credibilidade à
história.
“Nunca imaginamos que algo assim pudesse
acontecer. A mãe disse que o atestado de óbito seria entregue mais
tarde. Sabemos que é um momento delicado para a família e não quisemos
pressionar. Fomos orientados pela administração do cemitério a dar
continuidade ao serviço funerário”, relata ela, que diz não fazer ideia
de como os objetos foram colocados dentro do caixão.
“Não ficamos a noite inteira acompanhando, não sabemos se foi aberto. A polícia agora fica a cargo dessas respostas.”
A administração do Cemitério Municipal
de Garibaldi confirma que foi contatada pela funerária, mas que a
responsabilidade na verificação da existência ou não de um corpo é do
estabelecimento comercial. “Apenas autorizamos a cedência de uma urna
perpétua.
É o procedimento padrão. A funerária
fica a cargo de encaminhar uma cópia do atestado de óbito
posteriormente”, diz a responsável pelo setor de Patrimônio da
Prefeitura, Ana Sofia Scheer. “Mas vamos abrir um processo
administrativo para rever processos.”
Fonte: G1
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