Na
última semana do ano, a promotora pública Luciana Cano Casarotto deixou
ajuizada uma ação civil contra a Santa Casa de Caridade de Bagé/RS. Na ocasião
salientou que o objetivo é fazer com que a instituição de saúde evite
que as agências funerárias do município atuem dentro do hospital,
interceptando as pessoas.
Conforme
o provedor da Santa Casa, Luiz Alberto Vargas, os agentes funerários
são proibidos de agir dentro do hospital. Ele informa que quando há os
casos de óbito, os familiares escolhem a funerária que prestará o
serviço. Vargas explica que os agentes podem transitar no local para
buscar assinaturas de médicos que atestam o óbito. "O corpo é retirado
pelo lado de fora do prédio, não é preciso circular por dentro da
instituição", afirma.
O que dizem asfunerárias:
Segundo
o proprietário da funerária São Sebastião, José Luís das Chagas Gusmão,
a diretoria da instituição de saúde dificulta o trabalho de outras
funerárias e facilita a entrada da funerária da Santa Casa. Ele conta
que foi o autor da denúncia junto à promotoria porque acredita ser um
abuso da instituição. "Levamos testemunhas à promotoria as quais foram
praticamente obrigadas a utilizar o serviço da funerária da Santa Casa",
desabafa. Gusmão comenta que é injusto com as empresas que prestam o
serviço.
Já a responsável pela
funerária São José, Catiúcia Anselmo, salienta que o serviço é prestado
quando há interesse do familiar e somente procuram o hospital no caso de
precisar de assinatura de algum documento. Ela comenta que, em Bagé,
não há uma lei que regulamente os serviços funerários e gostaria que
fosse criada uma central de óbitos, através da qual cada funerária
atendesse um óbito. Desta forma, todas as empresas teriam oportunidades
iguais. "Os telefones de todas as funerárias deveriam ficar expostos,
dentro do hospital, para que as famílias pudessem escolher", disse.
Para
o diretor administrador do cemitério da Santa Casa, Mário Emir Mansur
Lucas, "quando uma pessoa vai a óbito, alguma funerária tem que prestar o
serviço". Ele comenta que, normalmente, as pessoas pedem para ser
atendidas pela funerária da Santa Casa por já ter tido algum vínculo com
a empresa. "O serviço já é conhecido, é o mais antigo de Bagé e têm as
capelas e cemitério que permitem que as pessoas não tenham envolvimento
maior nesses momentos difíceis". Conforme Lucas, a família tem livre
escolha e o serviço somente é acionado com o consentimento dos
familiares. "Temos os mesmos direitos e deveres que as demais
funerárias", disse.
Fonte: http://981fm.com.br
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