Advogado de réu critica ausência de Lula em julgamento
O advogado Luiz
Francisco Corrêa Barbosa, que defende o presidente do PTB, Roberto
Jefferson, afirmou neste sábado (15) que o ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva deveria estar entre os réus do processo do mensalão.
"Estamos fazendo um julgamento de mentirinha", disse Corrêa Barbosa, ao
comentar a reportagem publicada neste final de semana pela revista Veja.
De acordo com a publicação, o publicitário Marcos Valério, segundo
pessoas da sua intimidade, apontaria Lula como o chefe do esquema de
compra de apoio político.
O
defensor de Jefferson foi autor no Supremo Tribunal Federal (STF) de
vários pedidos de inclusão do ex-presidente no rol de acusados, desde
que o caso chegou à Corte em 2005. O colegiado, contudo, barrou todas as
investidas. Na última delas, no dia 15 de agosto passado, o STF decidiu
que apenas o Ministério Público, por competência legal, é quem pode
investigar a participação do ex-presidente no episódio.
Para
o advogado, as declarações demonstram que o suposto sistema montado
para manter Valério e outros envolvidos no caso em silêncio começou a
falhar, diante da iminente perspectiva de réus do processo irem para a
cadeia. "Agora a zaga do Lula começou a deixar a bola passar", ironizou.
Corrêa
Barbosa disse que, se não ocorrerem cobranças da opinião pública, uma
investigação do Ministério Público contra o ex-presidente não vai
adiante. Isso porque ele se diz descrente com o fato de o MP abrir uma
apuração sobre o envolvimento de Lula. Ele se disse "muito decepcionado
com esse pessoal", referindo-se aos procuradores da República.
O
advogado de Roberto Jefferson disse que, pela lei, o MP tinha 15 dias
para analisar o caso e, se não encontrar indícios de envolvimento do
ex-presidente, enviar um pedido ao Judiciário para arquivar a apuração.
Se tiver elementos para levar adiante no período, pedir abertura de
inquérito. Numa comparação, ele lembrou que o caso do senador cassado
Demóstenes Torres (sem partido-GO) demorou três anos para que o
procurador-geral da República, Roberto Gurgel, pedisse a abertura de
inquérito ao STF.
O
presidente do PTB será um dos réus que começa a ser julgado a partir
desta semana por corrupção passiva e lavagem de dinheiro por ter
recebido dinheiro para votar, segundo a acusação, favoravelmente ao
governo no Congresso.
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