Valério acusa Lula de chefiar mensalão, afirma revista
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Condenado por
peculato, lavagem de dinheiro e corrupção ativa no julgamento do
mensalão, o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza tem dito a
interlocutores que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva chefiava o
esquema do mensalão e que a movimentação de recursos seria maior que o
descoberto nas investigações do caso, segundo reportagem da revista
Veja. Conforme o texto publicado ontem, o empresário diz que o pagamento
de propina a políticos da base aliada do governo movimentou R$ 350
milhões, por meio de doações clandestinas avalizadas pelo próprio
ex-presidente e aliados próximos.
Ontem,
ao participar de comícios pela manhã em Feira de Santana (BA) e à noite
em São Paulo, Lula não fez nenhuma menção ao teor da reportagem. O
presidente nacional do PT, deputado estadual Rui Falcão (SP), disse que
"já começaram as baixarias, as mentiras, as acusações falsas" contra o
partido, mas não mencionou casos específicos.
De
acordo com a reportagem de Veja, o PT obteve desde 2005 o silêncio de
Valério em troca de promessas de adiamento do julgamento ou punição mais
branda no Supremo Tribunal Federal. Depois da série de revezes na
Corte, que podem levá-lo a uma pena alta na prisão, o empresário narrou,
segundo interlocutores, que outras empresas, além de suas agências,
contribuíam diretamente ao PT em troca de vantagens no governo - a
reportagem não cita nomes. Segundo ele, Lula seria o "fiador" dessas
negociações, operadas e registradas num livro pelo ex-tesoureiro do
partido, Delúbio Soares. "Lula era o chefe", teria dito Valério.
Advogados
O
advogado Marcelo Leonardo, que defende Marcos Valério, afirmou ontem
que a reportagem diz que "as informações teriam origem em declarações de
amigos, familiares e associados". "Ele disse para mim que não deu
nenhuma entrevista e não confirma o conteúdo da matéria", afirmou.
A
revista informa que Valério não quis dar entrevista, mas não desmentiu o
teor da reportagem. Questionado se era o caso de processar Veja,
Leonardo afirmou: "Pelo estilo da revista, não precise ou mereça".
Procurado, o Instituto Lula não se manifestou sobre o caso. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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