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terça-feira, 21 de agosto de 2012

MORRE LAÉRCIO BYRRO, CRIADOR DA CTGV E OUTROS

Morre Laércio Byrro, um dos pioneiros da cidade

LAÉRCIO BYRRO era natural de Santa Maria do Suaçuí, mas teve grande participação no desenvolvimento de Valadares

 
 
Governador Valadares -
Respeito, admiração e reconhecimento: estes são os sentimentos de quem conheceu Laércio Byrro e agora sabe de seu falecimento. Governador Valadares se despediu nesta terça-feira de uma das pessoas que mais contribuiu para o seu crescimento e desenvolvimento. Apesar de não ser nascido aqui, participou ativamente de todo o progresso valadarense, desde sua emancipação até os dias de hoje. Laércio Byrro sofreu uma queda em casa e chegou a ser levado para o hospital, mas, com 93 anos de idade, não resistiu a esta fatalidade e acabou falecendo. O corpo de Laércio Byrro será velado na capela-velório do Cemitério de Santo Antônio, nesta quarta, a partir das 7 horas. O enterro está marcado para ser inciado às 17h.

Para o sobrinho, Lincoln Byrro Neto, Laércio Byrro era um exemplo de cidadania e um grande orgulho para sua família. ''O pai dele também era um homem pioneiro, meu avô, Lincoln Byrro. Meu tio participou ativamente do desenvolvimento de Governador Valadares: foi um dos fundadores da Fundação Percival Farquhar, ajudou a fundar o DIÁRIO DO RIO DOCE, foi presidente-diretor da Companhia Telefônica de Governador Valadares (CTGV), foi diretor da Associação Comercial de Governador Valadares, ajudou a trazer o primeiro canal de televisão para a cidade, enfim, muitas obras fez para que Valadares fosse uma cidade melhor. Apesar de ser nascido em Santa Maria do Suaçuí, chegou aqui jovem e participou do desenvolvimento. Para a família, ele foi um exemplo de cidadão, de pai e, graças a seu sentimento de cidadania, conseguiu ajudar muita gente. Se um dia ele teve poder na vida, usou deste para servir ao próximo. Temos muito orgulho dele e Valadares perdeu certamente um pouco de sua raiz, de sua história'', comentou.

Emocionada, a filha de Laércio, Sônia Regina Bretas Byrro, ressaltou a honestidade e dignidade do pai em vida, sempre preocupado com o legado que deixaria para a juventude valadarense. ''Meu pai foi um homem que viveu e morreu com dignidade, teve uma morte tranquila, perto da família. Ele foi um pioneiro dessa cidade e deixou muitos exemplos a serem seguidos, principalmente pelos jovens. Na época em que a Univale estava passando por sérios problemas financeiros, ele foi reitor por 6 anos e sem receber um centavo por isso. Ele acreditava que, se aceitou o cargo para ajudar a melhorar a situação da universidade, não deveria ser pago por isso. Sua preocupação era que a juventude valadarense tivesse a universidade para estudar. Foi um homem de renúncias, que viveu o progresso. A telefonia, fundada por ele, era um exemplo de administração e ele chegou a fazer parte do Conselho da Telemig em Belo Horizonte, inclusive o prédio que abriga a telefonia hoje também recebeu seu nome em homenagem. Na Univale aconteceu da mesma forma, devido a gratidão pelo trabalho que meu pai desenvolveu na fundação. Não só em Valadares, o povo de sua cidade natal, Santa Maria do Suaçuí, também é muito grato a ele e reconhece o brilhante homem que ele foi'', disse.

Para Edison Gualberto, sócio-proprietário do Sistema Leste de Comunicação, Laércio Byrro foi um dos homens mais importantes de Governador Valadares e seu nome ainda vai ser lembrado por muitos anos. ''Laércio tinha uma mente voltada para o progresso e para o desenvolvimento. Foi um homem de grande credibilidade no país e certamente uma das pessoas mais importantes de Governador Valadares. Ele estava no meio de grandes nomes como Hermírio Gomes da Silva, Armando Vieira, Oswaldo Alcântara, Geraldo Viana Cruz, entre outros. Ele participou do progresso valadarense desde sua emancipação até os dias de hoje. Temos por ele uma admiração muito grande. Sem dúvidas seu nome vai ser lembrado por muitos e muitos anos'', opinou.

LEGADO

Laércio Duarte Byrro nasceu em 1927, no município de Santa Maria do Suaçuí. Ainda garoto, se mudou com sua mãe e seus irmãos para Itabira, afim de continuar seus estudos, já que em sua cidade natal não havia muitas escolas. Em 1937 ele se mudou para Figueira do Rio Doce, para ajudar seu pai no comércio. Laércio foi casado com Afonsina Bretas, com quem teve quatro filhos: Aloísio, Vânia, Sônia e Carlos Roberto. Afonsina veio a falecer há cerca de três anos.

Além de empresário, Laércio Byrro tinha espírito de empreendedor e, dando uma enorme contribuição para o futuro da cidade, liderou a fundação da primeira telefônica da região: a Companhia Telefônica de Governador Valadares (CTGV). A CTGV funcionou durante 28 anos, mas foi fechada na época da ditadura, sendo a primeira companhia que teve autofinanciamento no Brasil, que o próprio assinante era sócio. Laércio também foi um dos fundadores do DRD. Em uma conversa informal com Júlio Soares recebeu a sugestão de fundar um jornal na cidade. Soares cuidou de providenciar o maquinário do jornal e ainda indicou o renomado Mauro Santayana como jornalista. Quando o maquinário chegou, Laércio reuniu nove amigos e anunciou a fundação do DRD.

Outra de suas conquistas foi trazer o sinal de televisão para a cidade. Na época, a população queria assistir a Copa do Mundo, de 1950, mas o sinal que chegava na Ibituruna era fraco demais. Ele soube então de um técnico em Manhuaçu que possuía um equipamento de alta qualidade, fornecendo um sinal muito melhor. Este técnico sugeriu que ele colocasse uma ''repetidora'' para que o sinal de Caratinga pudesse chegar melhor a Valadares. Apesar de alguns acontecimentos, o primeiro jogo da Copa do Mundo foi transmitido na cidade. Laércio Byrro também foi um dos fundadores do Rotary Clube.

(*) Com informações de Marcos Furtado, editor de Cidades do DRD.

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