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terça-feira, 29 de novembro de 2011

MÃE E DUAS FILHAS ASSASSINADAS EM SABARÁ

O suspeito do crime é marido da vítima e padrasto das jovens. No Barreiro, ex-companheiro inconformado com o fim do relacionamento matou a mulher.

Uma mulher e as duas filhas foram assassinadas no fim da noite de domingo no distrito de Ravena, em Sabará na Região Metropolitana de Belo Horizonte. O crime chocou a população da região de chácaras conhecida como Fateiro. De acordo com militares da 15ª Companhia da Polícia Militar (PM), o suspeito do crime é Alessandro da Costa Andrade, 35, marido da vítima e padrasto das jovens.

Segundo a PM, por volta de 21h de ontem, um adolescente vizinho das vítimas encontrou o corpo das três às marges de uma rodovia perto de casa. Elas estavam feridas com perfurações por todo corpo, mas a polícia ainda não sabe qual objeto causou os ferimentos. Ainda segundo a PM, pode ser uma faca ou uma ferramenta cortante.

Marta Cristina de Andrade e as filhas G.A.N., 14, e Jéssica Cristina de Andrade Costas, 18, foram surpreendidas pela ação do suspeito que invadiu a casa para atacá-las. Segundo informações de familiares, na manhã de domingo Alessandro brigou com a mulher e com as enteadas. De acordo com a PM, uma testemunha viu o suspeito cometer o crime e fugir. A motivação do triplo homicídio ainda não foi esclarecida.

Segundo a polícia, Alessandro fugiu levando um bebê que seria filho do casal. A criança foi deixada no Bairro Aarão Reis, Região Norte de BH, na casa da avó. De acordo com a PM, Alessando já tem mandado de prisão em aberto por crime anterior.

Crime passional no Barreiro

Uma mulher foi encontrada morta durante a madrugada na Avenida Agave, Bairro Olaria, na Região do Barreiro em Belo Horizonte. Conforme a PM, Carla Aparecida dos Santos, 30 anos, dormia quando a casa foi arrombada pelo ex-companheiro, Rogilson do Rosário Silva, 33. Eles discutiram e o homem esfaqueou a vítima no pescoço.

A filha do casal relatou à polícia que acordou com gritos e ao chegar na sala viu a mãe caída. O pai fugiu no Chevette Cinza GLV8559, levando um adolescente de 13 anos que a polícia não confirmou se é filho do casal. A PM fez rastreamento e prendeu Rogilson dentro do carro na Rua Carmelita Coelho da Rocha. Ainda segundo a PM, o casal viveu junto por 15 anos e familiares relataram que o homem era agressivo e não aceitava o fim do relacionamento.  
 
Fonte: em.com.br

AGENTES FUNERÁRIOS PODEM SER DEMITIDOS

Prefeitura de São Paulo, através do Diário Oficial, convocou os 455 trabalhadores do Serviço Funerário para justificar suas atividades grevistas perante a CEI (Comissão Especial de Inquérito)

No diário oficial do dia 17 foi publicado na página 43 um texto que convoca os 455 trabalhadores do Serviço Funerário para, no prazo de 5 dias úteis, apresentar justificativa das faltas nos dias relacionados à greve.

A convocação está baseada na portaria 960/11 criada pelo prefeito de São Paulo Gilberto Kassab para demitir os trabalhadores do Serviço Funerário que realizaram uma das mais combativas greves da categoria.

Os trabalhadores irão justificar suas atividades frente à CEI (Comissão Especial de Inquérito), criada pela portaria para "efetuar levantamento dos funcionários do SFMSP (Serviço Funerário do Município de São Paulo) que deixaram de executar suas funções; promover os respectivos procedimentos de exercício da pretensão punitiva da administração, tendo em vista o procedimento irregular de natureza grave praticado"(publicado no DOC 3/9/11).
Para punir os servidores, a prefeitura alega que “a paralisação das atividades pelos funcionários do Serviço Funerário do Município de São Paulo importa em descumprimento de deveres funcionais, prejuízo à eficiência do serviço (...) configurando procedimento irregular de natureza grave que os sujeita à demissão do serviço público municipal, na forma da legislação aplicável ” (Idem).

Este é um ataque sem precedentes ao direito de greve e à liberdade de organização sindical. A portaria, a criação da CEI e os inquéritos contra os Agentes Funerários que participaram da greve é uma aberração jurídica típica de uma ditadura.

O ataque aos servidores promovido pela ditadura Kassab é parte da ofensiva contra os direitos democráticos da população. O mini ditador aprovou diversas leis que atacam a população, a exemplo da lei que proíbe panfletagens nas ruas de São Paulo.

A cidade de São Paulo é uma bomba relógio. Todos esses ataques, somados a outros tantos ataques aos direitos dos trabalhadores e à sua organização, são uma tentativa dos patrões e do governo de conter a tendência de luta cada vez mais acentuada, impulsionada pela crise capitalista.

Os trabalhadores se rebelaram contra o arrocho salarial. A categoria está há mais de 20 anos sem reajuste e nessa última campanha salarial a prefeitura de São Paulo ofereceu um reajuste de 0,01%.

Somente com a própria luta, os trabalhadores vão passar por cima das tentativas do governo de impor essa ditadura.

É necessário iniciar uma campanha em defesa dos servidores e do direito de greve contra a ditadura de Kassab.

Fonte: http://www.pco.org.br/conoticias/ler_materia.php?mat=34016







quinta-feira, 24 de novembro de 2011

AGENTES FUNERÁRIOS PODERÃO SER PUNIDOS E ATÉ PRESOS

A reunião motivada pela intensificação de desacordos e até situações que chegam as vias de fatos entre agentes funerários na disputa de pacientes que vem a óbito dentro das dependências...



Com objetivo de estabelecer regras e garantir o cumprimento das leis já existentes nas esferas estaduais e municipais, as quais regulamentam o acesso de agentes funerários nas dependências de Hospitais, Postos de saúde e Maternidades, se reuniram na manhã desta quarta feira (23), na sede do Ministério Público da cidade de Jaru, representantes do Conselho de Saúde, Corpo de Bombeiros, Polícia Militar, Agentes funerários, Secretario de saúde e diretoria do Hospital Municipal.

A reunião motivada pela intensificação de desacordos e até situações que chegam as vias de fatos entre agentes funerários na disputa de pacientes que vem a óbito dentro das dependências do Hospital Municipal da cidade de Jaru, fez com que as entidades ali representadas debatessem e estabelecessem regras rígidas que a partir da referida ocasião serão cumpridas, mediante pena de multa, cassação de alvará e até detenção de agentes funerários que acaso venham a descumpri-las.

Conforme consta na lei municipal de n° 870/2005 e a estadual de nº 1224/2003, é terminantemente proibido a instalação de empresas e escritórios de funerárias a uma distância que seja inferior a 200m de Unidades hospitalares, bem como a presença de pessoas com fins de agenciamentos ou venda de produtos funerários nas dependências de estabelecimentos públicos. Prevendo ainda punição a agentes públicos de saúde que realizarem indevidamente a comunicação do óbito as funerárias.

Após um amplo debate que ali foi conduzido, ficou definido o cumprimento na integra das leis vigentes garantindo assim o poder de decisão da família pela funerária de preferência. Os conselheiros de saúde Chico Berto e Neir de Carvalho destacaram que a intenção das medidas não é atrapalhar os trabalhos das funerárias, mas sim garantir a realização de serviços com qualidade, respeito e profissionalismo.

Fonte: http://www.jaruonline.com.br

terça-feira, 22 de novembro de 2011

LIERTE QUESTIONA NEGATIVA DE DEBATE SOBRE A FUTURA SITUAÇÃO DOS CEMITÉRIOS DE GV

Derrubado pelo bloco governista da Câmara Municipal o pedido de audiência pública para discutir a privatização dos cemitérios de Governador Valadares e região. O requerimento solicitando a audiência, apresentado pelo vereador Lierte Júnior (PMN), ganhou força de outras autoridades locais, como o promotor de Justiça Leonardo Valadares Cabral, os proprietários de Funerárias Eres Gonzaga de Souza e Douglas Rodrigues Silva e o administrador do Cemitério Memorial Park Adilson Ferreira da Silva entre outros que, por meio de ofício, demonstraram interesse no assunto.


O requerimento solicitando a audiência é de autoria do vereador Lierte Júnior (PMN

O vereador Lierte, embasado pelos questionamentos levantados pelo promotor de justiça, indaga sobre os motivos que justificam o longo prazo (25 anos) para a concessão de exploração dos serviços públicos de administração funerária e dos cemitérios públicos do distrito sede do município de Governador Valadares, conforme Projeto de Lei 055/2011. “Existe uma contradição entre o projeto (que está aqui desde 6 de julho) e o próprio governo. Gostaríamos de discutir o assunto e saber, por exemplo, por que os cemitérios dos distritos foram excluídos. Por que a privatização? Eu serei um jovem de quase 60 anos e a lei ainda estará em vigor. É imoral não abrir este debate para a população valadarense”, protestou Lierte Júnior.

Fonte: http://www.camaragv.mg.gov.br

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

CASAL FLAGRADO FAZENDO SEXO EM CAIXÃO

Um casal foi flagrado por câmeras fazendo sexo dentro de um caixão na China.

Imagens do ato sexual foram divulgadas por vários sites de notícias locais.

Nelas, o casal aparece se despindo e se beijando ao lado do caixão.

Em seguida, a dupla entra no ataúde e mantém relações sexuais. No final, eles
se vestem e vão embora.

Fonte: G1


quarta-feira, 9 de novembro de 2011

AGENTES FUNERÁRIOS PROIBIDOS DE ASSEDIAR FAMÍLIAS

Portaria do procurador geral do município proíbe a presença de agentes funerários dentro de hospitais




A prática vinha sendo rotineira em Teixeira de Freitas, já que quando o cidadão procurava os hospitais da cidade acompanhando algum familiar ou amigo em estado grave, a primeira presença a ser notada, era de agentes funerários, que a todo o custo tentavam vender caixões.

O problema é tão grave que o procurador geral do município Rogério dos Santos Soares, baixou uma portaria proibindo a presença desses agentes funerários no interior dos hospitais e demais repartições municipais de saúde. Trata-se da portaria 007/2011, que está em vigor desde o dia 08 de julho.

A portaria ainda diz no artigo primeiro, que fica proibida a presença de prepostos de funerárias, e o agenciamento de serviços funerários nos estabelecimentos públicos de saúde, e nas unidades médico-legais do município, ou mesmo nas suas dependências, como pátios, estacionamentos e afins.

No Departamento de Policia Técnica, para conter o assédio de agentes funerários, o coordenador do DPT, Manuel Gomes Garrido, determinou o sistema de rodízio entre as funerárias.

Outro assunto que vem à tona neste momento, é a competência do procurador do município, para baixar a referida norma administrativa, uma vez que segundo entendimento de profissionais do direito, que foram ouvidos por nossa reportagem, deveria ter sido baixada pelo prefeito Apparecido Staut. De qualquer forma, mesmo diante da proibição, muitas famílias dizem que o assédio continua acontecendo, mesmo que de forma mais discreta.

Fonte: teixeiranews.com.br

LOUCO POR CADÁVERES

Tem louco pra tudo!

Moscou (Rússia) - A polícia russa prendeu um homem depois de descobrir que ele tinha pelo menos 20 cadáveres de mulheres escondidos em seu apartamento. As autoridades acreditam que o historiador Anatoly Moskvin, 45 anos, invadia cemitérios durante a noite para desenterrar os corpos e depois vesti-los em seu apartamento.


"Os investigadores detiveram um morador de Nizhny Novgorod e encontraram mais de 20 corpos. Ele aparentemente os desenterrava e levava para casa", disse o assessor da polícia ao jornal russo lifenews.

Fotos tiradas pela publicação indicam que os cadáveres - todos pertencentes a mulheres que morreram entre 15 a 25 anos - estavam vestidos e enfeitados como se fossem bonecas.

Corpos foram vestidos como se fossem bonecas
Algumas fontes indicam que pelo menos 26 cadáveres foram encontrados na residência do Moskvin. Em um dos quartos da casa foram achadas várias bonecas de porcelana ao lado de corpos montados com roupas parecidas com as dos brinquedos.

Moskvin, que fala 13 idiomas, é considerado um gênio sendo bem conhecido localmente por seu fascínio com o oculto. Ele chegou a escrever um livro sobre os cemitérios da região, tendo visitado mais de 750 deles em toda Rússia.

A polícia foi alertada para a acumulo de cadáveres humanos pelos pais de Moskvin, que vivem no apartamento de Nizhny Novgorod com seu filho e descobriram os corpos ao voltarem de férias.

Fonte: O Dia Online

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

POLICIA FEDERAL INTERCEPTA AVIÃO COLIDINDO COM ELE



Essa ação foi porretaaaaaaa!!!!

Bom saber que temos pessoas que agem de forma acertada e menos arriscada ao tratar com bandidos.
Parabéns aos agentes da Polícia Federal em especial ao motorista.
Cana nos traficantes.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

OAB EXIGE INVESTIGAÇÀO PARA IDENTIFICAR ESCRITORIOS QUE ABORDAM PARENTES DE MORTOS

Publicação: 02/11/2011 06:00 Atualização: 02/11/2011 07:22

OAB pede ajuda à polícia para identificar escritórios que abordam parentes de mortos e tentam intermediar liberação do Dpvat. "É criminoso e antiético", diz presidente da ordem em Minas.



Flagras em BH: na porta do Hospital João XxIII, mulher entrega cartões de empresa que cobra para liberar o Dpvat

Os escritórios de advocacia que enviam funcionários para espreitar clientes na porta dos prontos-socorros e do Instituto Médico Legal (IML), se valendo do desespero de quem perdeu um familiar para abocanhar parte do seguro de danos pessoais causados por veículos automotores de via terrestre (DPVAT), estão na mira da Ordem dos Advogados do Brasil Minas (OAB-MG). Segundo o presidente da entidade, Luís Claudio Chaves, a prática de “laçadores”, como ele descreve, é criminosa, pois envolve fraude de documentos, falsidade ideológica, formação de quadrilha, exercício ilegal de atividade e constrangimento ilegal, além de ser antiética. “A OAB repudia isso. Vou pedir pessoalmente ao chefe da Polícia Civil que investigue e nos ajude a identificar esses supostos advogados para que cessem com a atividade ilegal”, afirma.


Desde o domingo, o Estado de Minas mostra como age em Belo Horizonte uma indústria macabra que lucra com a morte e a dor das famílias. Os esquemas contam com o disfarce de algumas funerárias em hospitais e participação, segundo trabalhadores do setor e parentes de mortos, de policiais e até médicos. No caso dos laçadores, a OAB informa que desconhecia a sua atuação nos hospitais e no IML. “Eles eram mais comuns na Justiça do Trabalho, oferecendo serviços para quem ia se queixar das relações trabalhistas. O advogado não pode oferecer seus serviços. Ele tem de ser procurado”, disse. As sanções disciplinares por ferir a ética da profissão vão de advertência, suspensão a exclusão. Se forem constatados os crimes de fraude, falsidade ideológica, formação de quadrilha, exercício ilegal de atividade profissional e constrangimento ilegal, as penas são de reclusão de quatro a 15 anos.

Chaves ainda alerta para a possibilidade de esses agentes não serem advogados de verdade. “Qualquer pessoa pode receber o DPVAT. Não precisa ser advogado. O que esses escritórios fazem é receber procurações dos parentes de vítimas, cobrando uma porcentagem dessas pessoas”, conta. Na segunda-feira, a reportagem do EM mostrou como agem os laçadores da porta do Hospital de Pronto-Socorro João XXIII. Eles ficam perambulando discretamente entre os feridos que entram na recepção. Quando veem alguém triste comentando sobre acidente de trânsito entregam um panfleto e um cartão no qual oferecem ajuda a resgatar o seguro DPVAT.

No escritório, no Centro, funcionários propõem até adiantar parte do dinheiro

No escritório, no Centro, funcionários propõem até adiantar parte do dinheiro

Se a vítima tiver morrido, o interesse aumenta e os laçadores começam um trabalho intenso de convencimento. “O seguro é de R$ 13.500 para o caso de morte. A gente pode ajudar também com a funerária e a conseguir adiantar parte do dinheiro se vocês não tiverem”, disse uma mulher que oferecia o serviço. Seguindo até o escritório, na Rua dos Tamoios, no Centro de Belo Horizonte, até o porteiro sabe sobre as atividades dos advogados. “É o escritório do DPVAT, não é?” Numa das salas do estabelecimento os supostos advogados descrevem o serviço, que implica um custo de 30% sobre o valor bruto do seguro. “Vamos precisar de alguns documentos de vocês. Vamos primeiro conseguir mais dados sobre os mortos com o hospital e com a polícia”, disse o homem que se identificou como gerente do escritório, revelando que eles têm informantes dentro das duas instituições.

Denúncias Ontem, o delegado Wagner Pinto, chefe da Divisão de Crimes contra a Vida da Polícia Civil, fez um pedido às pessoas que foram abordadas por policiais do transporte de corpos ao IML para que denunciem aqueles que oferecerem desviar o corpo para as funerárias. Ao EM, a família do rapaz Marcos Vinícius, de 30, assassinado na manhã de anteontem, garantiu ter sido abordada não só por funcionários da Funerária Santa Casa no Hospital Odilon Behrens, mas também por um policial civil do rabecão. “Ele disse que iria arrumar um plano espetacular para a gente. Aí minha filha desconfiou e disse que não precisava. Ele já ganha para ser policial, não pode oferecer serviço funerário”, reclamou Maria do Rosário, mãe de Marcos Vinícius.

O assédio de um agente de funerária nas instalações do Hospital Odilon Behrens, foi o suficiente para fazer com que a depiladora Viviane Benedita Santos, de 25 anos, esquecesse do plano funerário da mãe dela, que morreu anteontem no hospital. “Fomos abordados por um funcionário da funerária que já foi nos falando em preços de velórios, nos mostrando um catálogo com caixões e coroas de flores. Ficamos tão abafados que não lembramos do plano”. O esquecimento custou R$ 1.080. O Odilon Behrens informou que os parentes foram alertados de que não há exclusividade do serviço funerário na instituição e que policiais não têm permissão para oferecer serviços nas suas dependências. Procurada, a Santa Casa não se retornou os contatos.

Repercussão

Leitores comentam no em.com.br

Onde anda o Ministério Público que não atua com dedicação nestes casos?
Flávio Edmundo

Na capital a coisa é séria, basta comparecer a hospitais ou até ao IML.
Rui Honorato Silva

Isso sempre existiu, só não vê quem não quer.
Renato Sérgio Simim

EXTORSÃO DE FUNERÁRIAS PODE SER EVITADA.

Defensoria Pública recomenda a parentes de mortos que fujam da ação de agentes de indústria macabra que invadem os hospitais, funerárias e repartições públicas para comercializar funerais.
Eles agem justamente no momento de desespero, quando o cliente nada mais pode fazer para salvar a vida da pessoa que ama e, ao mesmo tempo, precisa tomar frente de toda a burocracia que envolve um funeral. É este o trabalho dos integrantes de uma indústria macabra que se instalou em Belo Horizonte permeando hospitais, funerárias e subornando policiais, médicos, enfermeiros, como mostram desde domingo reportagens do Estado de Minas. A insistência e a pressão psicológica, que beira até a truculência, têm como aliada a pouca informação sobre trâmites legais e normais desses processos. “A melhor defesa é a prevenção. As pessoas podem procurar a Defensoria Pública, ligar para a prefeitura e para o Instituto Médico Legal (IML) para saber ao certo quais passos precisam ser dados”, aconselha o defensor Frederico de Sousa Saraiva, da 10ª Defensoria Civil da capital, membro do núcleo de atuação extrajudicial.
 
No caso do esquema de liberação do seguro Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via Terrestre (DPVAT), o assédio começa na porta do hospital ou do IML. Agentes de escritórios ou de funerárias abordam parentes de pessoa falecida, visivelmente abalados, e oferece ajuda para liberar o seguro por uma taxa que vai de 20% a 30% do valor bruto, que no caso de morte chega a R$ 13,5 mil. “As pessoas acabam aceitando naquele momento de dor, mas o correto é que peçam diretamente a liberação, pois é de graça e não necessita de advogados”, afirma o defensor.
 
Além da perda desse dinheiro, o uso de intermediários no processo de liberação do DPVAT pode terminar no endividamento da pessoa que seria beneficiária. “Já houve casos em que o escritório adiantou R$ 10 mil para a pessoa. Só que, na hora de receber o DPVAT, a pessoa perdeu o direito e os advogados foram em cima, cobrando o ressarcimento”, conta Saraiva.

Outro esquema que visa tirar vantagem das pessoas desoladas ocorre dentro dos hospitais. Os médicos e assistentes sociais comunicam a morte aos parentes e mandam as pessoas seguirem para salas de “assistência familiar” ou de “assistência da família”. Ao chegar a esses locais, os parentes do falecido não sabem que estão tratando, na verdade, com funerárias ali instaladas pelos hospitais. Enquanto as pessoas fornecem documentos, que são levados aos médicos para lavrar o atestado de óbito, acabam sendo envolvidos. Pensando ainda tratar com gente da instituição, quando veem, já estão olhando caixões e coroas de flores com preços que chegam a ser até 30% mais caros do que os praticados no mercado.

De acordo com o advogado Diamantino Silva Filho, especialista em direito público, o que as pessoas podem fazer quando perceberem que foram enganadas é registrar uma ocorrência policial. “A vítima deve relatar que o hospital deu acesso ao corpo. Depois, é possível provar que esse era um contrato viciado, que a pessoa foi levada a tomar essa decisão quando estava sem condições. Afinal, esse assédio é uma agressão e toda agressão dá direito a pedido de indenização por dano moral”, afirma Filho.

Intermediação em Montes Claros

O pagamento do seguro DPVAT desperta grande interesse das funerárias no atendimento a vítimas de acidentes em Montes Claros, no Norte de Minas. “Em rodovias federais que cortam o Norte de Minas, morrem em acidentes pessoas de outros estados, como São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul. As funerárias têm interesse nesses casos porque podem faturar mais com o embalsamento e o traslado de corpos. Além disso, sabem que terão o pagamento garantido pelo seguro DPVAT”, afirma uma fonte ligada à Polícia Civil.

Ainda conforme a mesma fonte, agentes funerários costumam intermediar o recebimento do DPVAT, no valor de R$ 13,5 mil em caso de morte. "O que ocorre é que o agente da funerária procura alguém da família e pede para assinar um documento, transferindo poderes ao agente para receber o seguro. Quando recebe, desconta o valor do serviço funeral, fixando o preço que lhe convém, e repassa o restante para a família", afirma policial, que pediu para não ser identificado, temendo represálias.

No entanto, as funerárias negam qualquer tipo de pressão junto às famílias ou cobrança a mais por causa do pagamento do DPVAT. “A única coisa que a gente faz é um acordo com a família, possibilitando que o pagamento possa ser feito depois da liberação do seguro”, diz o dono de uma funerária de Montes Claros.

O delegado regional de Montes Claros, José Messias Sales, diz desconhecer qualquer intermediação do seguro DPVAT por parte de empresas funerárias na cidade. “A Polícia Civil abriu alguns inquéritos para apurar a intermediação do seguro DPVAT, mas nenhum caso envolve funerária”, diz o delegado.

Preços pela hora da morte

Os relatos se repetem dia após dia nos velórios da capital. Sem saber que lidavam com agentes funerários em vez de funcionários de hospitais, parentes de mortos, que buscam apenas liberar um corpo, são convencidos a pagar caro por urnas funerárias, coroas, velas e até trajes para o falecido. Quem não aceita pode ser submetido a mais sofrimento. “Deixaram-nos esperando nove horas até a liberação do corpo, sumiram com documentos do meu irmão e fizeram terrorismo, dizendo que o corpo dele estava apodrecendo e que era melhor resolver isso logo, com eles mesmo”, diz o motorista Roselito Pedra, de 51 anos, que conseguiu resistir e usar apenas os serviços que escolheu. Assim a série Morte S/A do Estado de Minas começou a mostrar, domingo, como funciona o mercado que lucra com a morte.

A questão, no entanto, não se resume aos hospitais. Agentes públicos, como motoristas do Instituto Médico Legal (IML), apareceram no centro das denúncias de que recebem propina para desviar para mesas funerárias corpos que deveriam seguir para o instituto. “Na Grande BH, há quatro funerárias que pagam ‘salário’ de R$ 1,5 mil para alguns policiais do rabecão. Eles levam ainda participação de 20% sobre cada morto que tiver o enterro feito pela funerária”, afirmou um dos captadores de funerárias no IML.

Um dos tesouros dessa indústria é o DPVAT, um dinheiro certo que as vítimas de acidentes recebem e que encanta escritórios de advocacia, que chegam a contratar pessoas só para assediar parentes de vítimas em prontos-socorros. Faturam de 20% a 30% de valores do seguro, às vezes em conluio com funerárias, além dos custos dos funerais. (MP)

Abutres hermanos

A exploração inescrupulosa do milionário mercado de seguros para vítimas de acidentes é o foco de um filme argentino que teve boa bilheteria no Brasil e fez sucesso no país vizinho. Dirigido por Pablo Trapero, Abutres (Carancho), de 2010, mistura drama e suspense. É estrelado por Ricardo Darín, astro do momento do cinema argentino. Com uma atuação excepcional, ele é Sosa, um advogado especialista em acidentes de trânsito que vive atrás de possíveis clientes, sem se preocupar com o sofrimento alheio. Sempre se apresenta como funcionário de uma fundação que supostamente ajuda vítimas, mas que não passa de fachada para a ação criminosa. Corrompe funcionários de hospitais, peritos e testemunhas para ter acesso a informações estratégicas, além de fazer conchavos com seguradoras e juízes. O filme teve tanta repercussão que levou o congresso argentino a iniciar debates sobre mudanças na legislação.

FONTE: http://www.em.com.br/

Informação da FUNERÁRIA GONZAGA:

Em nosso site www.funerariagonzaga.com.br temos a seguinte informação:

Acidentes de Transito com Vítima Fatal – Desde que envolva veículo (mesmo que este não seja identificado), a família tem direito a indenização para cada pessoa falecida, independente de culpa, sem necessidade de se acionar advogado.


Em casos de Invalidez Permanente provocada por acidentes de trânsito, a família também tem direito a indenizações.
Se o acidentado teve atendimento em hospital particular, clínicas e afins, gerando despesas com médicos, medicamentos, reabilitações, etc, este tem direito a reembolso até um determinado valor, desde que comprovadas essas despesas com notas fiscais.

Para informações complementares sobre indenizações de acidentes de trânsito, a família deve sempre procurar o SINCOR - CENTRAL DPVAT: 0800310202, ou suas delegacias regionais.


Em Governador Valadares, a própria delegacia monta o processo, acompanha-o passo-a-passo, comunicando à família o seu resultado assim que concluído. A Delegacia Regional do Leste de Minas, situa-se à R. Marechal Floriano, 2042 – Tel: 3221-3273 – E-mail: del.gvaladares@sincormg.com.br

E mais importante: Caso os familiares procurem a Delegacia Regional Do Leste de Minas, o pagamento sai direto para a conta dos mesmos, evitando assim os atravessadores. 









quarta-feira, 2 de novembro de 2011

FUNERÁRIAS MONTAM REDE COM MÉDICOS E ATE POLICIAIS

 Como funciona o esquema que macabro que une médicos, funcionários do IML, policiais civis e donos de funerárias em torno do mesmo objetivo: lucrar com sua dor.

"Deixaram-nos esperando, sumiram com documentos e fizeram terrorismo para resolver o funeral." Roselito Pedra, motorista, sobre a pressão feita dentro de hospital por funcionários de funerária para sepultar o irmão dele.    
 O desgaste pelas noites maldormidas, acompanhando a piora no quadro de saúde de Luiz Carlos da Silva, de 54 anos, não terminou para a família quando o coração do paciente do Hospital Odilon Behrens parou de bater, em outubro do ano passado. Instantes depois da confirmação da morte, parentes começaram a enfrentar uma pressão para que resolvessem ali o sepultamento. “Minha irmã e eu fomos orientados pelos médicos a procurar o ‘apoio familiar’. Achamos que era um departamento do Odilon Behrens, mas se tratava de uma agência disfarçada da Funerária Santa Casa, na qual os atendentes se passavam por assistentes sociais”, conta o motorista Roselito Pedra, de 51, irmão de Luiz Carlos.

 Ele e a irmã dizem ter sido submetidos ao que classificam de “tortura psicológica” para fazer o funeral com a empresa e não procurar outra. “Deixaram-nos esperando nove horas até a liberação do corpo, sumiram com documentos do meu irmão e fizeram terrorismo, dizendo que o corpo dele estava apodrecendo e que era melhor resolver isso logo, com eles mesmo”, diz Roselito, que conseguiu resistir e por fim obter a liberação do corpo para sepultá-lo com uma funerária de sua confiança. Relatos como o do motorista se repetem em hospitais públicos e privados. A pressão sobre familiares por parte de agentes de funerárias infiltrados em instituições de saúde é uma das táticas macabras usadas com cada vez mais frequência no setor para tentar se aproveitar de um momento de dor e aumentar os lucros.

Os tentáculos dessa “indústria” avançam sobre todos os setores legais dos funerais e enterros das mais ricas cidades brasileiras, como São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. Em Belo Horizonte, o Estado de Minas percorreu hospitais, funerárias e cemitérios e constatou que essa rede está se ampliando. Funcionários das funerárias, antes relegados às portas de locais de movimento intenso de parentes de vítimas, como a entrada do Instituto Médico Legal (IML) e prontos-socorros, agora agem nos hospitais, interferem para desviar diretamente para as funerárias cadáveres que deveriam ir para o IML e contam com apoio de alguns médicos e, segundo vítimas e até trabalhadores de funerárias, também de policiais civis.

Isca Disfarçados de assistentes sociais, confundindo-se entre servidores de hospitais públicos e particulares, os agentes de algumas funerárias conseguem atestados de óbito antes dos parentes dos falecidos. O processamento do serviço de liberação do corpo e dos documentos serve como uma isca, obrigando as famílias a irem até eles. Alguns médicos e enfermeiros entraram na lista de agrados distribuídos por empresas e ficaram responsáveis por indicar os serviços. Há vítimas que denunciam desvios de cadáveres que deveriam chegar ao IML e acabam transportados por policiais civis para laboratórios de funerárias. Quando o irmão Gilmar Gilberto Virtude, de 48, morreu, a secretária Cristina Maris Virtude Vieira, de 43, e o marido, José do Carmo Vieira, de 51, receberam um telefonema da Polícia Militar informando que o corpo tinha seguido para o IML. “Esperamos algumas horas, até que recebemos um telefonema dizendo que o corpo estava na Funerária Central”, conta José. Daí em diante, de acordo com eles, foram seis horas negociando para que o corpo fosse devolvido ao IML. “Queriam que um médico da funerária assinasse o atestado de óbito e já fizesse todo o serviço por lá. Um absurdo”, afirma José.

Segundo admitiu um dos “papa-defuntos” do IML ao EM, “na Região Metropolitana de Belo Horizonte há quatro funerárias que pagam um ‘salário’ de R$ 1.500 para alguns policiais civis do rabecão. Eles ainda levam participação de 20% sobre cada morto que tiver o enterro feito pela funerária.” A ação mais agressiva de alguns profissionais que atuam paralelamente a firmas sérias de um setor fundamental costuma render lucros maiores. Os preços praticados pelos agentes dessas funerárias chegam a ser 30% superiores aos negociados nos balcões de outras empresas.

Fonte: www.em.com.br      

CORREGEDOR GERAL SABE DA MÁFIA DAS FUNERÁRIAS DE VALADARES

Eis parte de uma denúncia enviada ao Digº Procurador Geral de Justiça de Minas Gerais:

Origem: Denúncia Direta ao Procurador Geral de Justiça do Estado de Minas Gerais


Data de Entrada: 21/03/2010 - 10:30:00

Objetivo: SOLICITAÇÃO
......

Bom dia Dr. Xxxxxx!

Pedido de socorro. Favor ler até o final.

Lamentamos ter que procurar a vossa pessoa (sabendo que é mais um problema que chega ao senhor), mas já não sabemos mais a quem recorrer.

Aqui em nossa cidade existe uma verdadeira MÁFIA DE FUNERÁRIAS. Denúncias estão sendo feitas desde 1995 em todas as esferas, CPI instaurada, sindicâncias, promessas e promessas de soluções, mas nada efetivamente fora realizado para acabar ou amenizar tal situação.

Enquanto nada é feito, somos humilhados, ameaçados, corremos riscos de vida, e nossa empresa fica maculada, marginalizada e sem condições de competir com esses "PODEROSOS". No IML local, somente um grupo atua... Elementos da própria PC estão envolvidos (fato já comprovado), desde auxiliares até delegados (ao que parece, não atuam por falta de compromisso). Um deles além de não agir, negava receber nossos documentos, mesmo via cartório... Recorremos à corregedoria de polícia, e com ordem expressa do corregedor, a apuração que deveria ser "imediata", não fora levada a frente. O resultado da então CPI foi encaminhado ao MP, direcionado ao judiciário e a PC sempre diz não ter condições de apurar (vários anos se passam, testemunhas morrem, perde-se a referência). Ora, já não há o que apurar - Indo ao IML e todos os hospitais da cidade nota-se através de seus REGISTROS DE RETIRADAS DE CORPOS, que somente uma empresa trabalha.

O governo municipal através dos anos também nada faz no sentido de moralizar o setor. Não há leis, não as criam, não se interessam porque "defuntos" não geram votos. Verdadeiros "urubus" rondam as portas e interiores de hospitais públicos e particulares, afrontam famílias, mentem, não cumprem com suas palavras, dão prejuízos, pagam propinas...

Enquanto um grupo cria IMPÉRIO e mantém uma CORJA, outro se "DESGRAÇA" e fica a mendigar o pão, tendo seu nome registrado nos cartórios de protestos da vida, Serasa, etc... Fica até sem condições de participar de licitações e vender para órgãos governamentais. Nos tiram a condição de sobrevivência.

Quanto ao consumidor, esse fica sem o seu DIREITO DE ESCOLHA, é lesado, enganado, roubado, humilhado, esculhanbado e xingado (temos testemunha)... Até quando?

MESMO NOS DIAS DE HOJE,não se impressione, casos de PROVÁVEIS EUTANÁSIAS (sindicância proc. 2.539/05 da PMGV), confirmados por alguns funcionários públicos do setor de saúde continuam acontecendo na nossa cidade.

Esperamos contar com vossa atuação. Desculpem-nos por ter que vos incomodar.

Que Deus o ajude e guarde.

FUNERÁRIA GONZAGA

Eres Gonzaga de Souza

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Destino: Dr. Yyyyyy

Comarca: GOVERNADOR VALADARES - 13ª PROMOTORIA DE JUSTICA

_______________________________________________________________________________

Eis a resposta do Promotor:

Providências  10/06/2010 - 10:59:00

Os fatos reportados já foram alvo de prodedimento homologado pelo Conselho Superior do Ministério Público:

Comarca de Governador Valadares  /  Promotoria de Defesa do Cidadão
Inquérito Civil nº 14-03

PROMOÇÃO DE ARQUIVAMENTO

I - RELATÓRIO

O presente Inquérito Civil foi instaurado em 17-03-03 para apurar possíveis irregularidades cometidas pelo poder público no setor funerário de Governador Valadares....

IV. Dê-se baixa no sistema jurídico e na pasta de controle de Inquéritos Civis.

Governador Valadares, 16 de Setembro de 2003.

Dr. Yyyyyy

Promotor de Justiça

OBSERVA-SE que a data da resposta do PROMOTOR em relação à minha denúncia é 16 DE SETEMBRO DE 2003, relatando apontamentos meus, também de 2003, sendo que "AS PROVÁVEIS EUTANÁSIAS" aconteceram em 2005 (sindicância proc. 2.539/05 da PMGV - O "05" após o número do processo indica o ano do mesmo).

Observemos que a resposta ao qual o promotor se referiu, tratou de outro processo... Nem "prováveis eutanásias" ainda tinham surgido...     E mais: o "suposto" assassino teria sido espancado e veio a óbito uns 04 meses depois do nome dele aparecer no resultado da sindicância (que fôra engavetado). Me soa bem estranho essa morte. E dou um bala pra quem advinhar a causa mortis.... "C.I.".

Precisam de ajuda?     Tenho algumas.  E sempre estive à disposição da Justiça, tanto é que não faço denúncias anônimas.

PRECISAMOS APURAR, CONDENAR E FAZER MUITO MAIS COISAS!!!

SEM RABECÕES FUNERÁRIAS FAZEM A "FESTA" EM TODAS AS CIDADES

Combinação não impede disputa desleal por clientes


Em Montes Claros, carros de funerárias trasladam corpos. Segundo moradores, quem transporta costuma fazer sepultamento: “No caso do acidente com meu irmão, a família ficou tão abalada que logo se preocupou em contratar o serviço da funerária que transportou o corpo”, diz aposentado que perdeu um irmão


A falta de necrotérios para a Medicina Legal e de veículos de traslado para a Polícia Civil, os chamados rabecões, pôs nas mãos de algumas funerárias do interior de Minas o controle sobre quase todo o processo que envolve sepultamentos nesses municípios. Cidades como Bom Despacho, no Centro-Oeste mineiro, usam até os laboratórios das empresas fúnebres para periciar os cadáveres. “Nós, legistas, achamos bom, porque de outra forma ficaria difícil de trabalhar. Só que há empresas que aproveitam para negociar seus serviços com os familiares”, conta um médico do Instituto Médico Legal (IML) de Belo Horizonte, que não tem permissão oficial para dar entrevistas, mas trabalhou em muitas cidades e conhece de perto essa realidade. “Como são só os carros de funerárias que recolhem mortos, a polícia criou um rodízio para dar chance a todas. Só que muitas delas recebem dicas dos policiais e furam a fila para ganhar mais um cliente”, afirma o legista.

Os veículos de funerárias particulares recolhem corpos em sistema de rodízio em cidades grandes do interior, como Montes Claros e Pirapora (Norte de Minas), Pouso Alegre (Sul de Minas), Ouro Preto e Ponte Nova (Região Central do estado). O esquema é diferente do que ocorre em Belo Horizonte, onde funerárias instaladas em hospitais são confundidas com o serviço hospitalar e aproveitam para conseguir clientes. Algumas empresas chegam, segundo relatos de trabalhadores do setor e parentes de mortos, a subornar policiais civis para que levem corpos que deveriam seguir para o Instituto Médico Legal diretamente para as funerárias, que têm seus próprios médicos para lavrar atestados de óbito, como mostra o Estado de Minas desde domingo.

Em Montes Claros, o sistema de rodízio no transporte de corpos funciona para suprir a falta de rabecão na cidade. O delegado regional de Montes Claros, José Messias Sales, diz que, apesar do acordo, a família não é obrigada a contratar os serviços da funerária que leva o corpo até o IML. “Não existe essa obrigação, isso é um mercado”, admite. “Como o Estado enfrenta deficiências, fizemos um acordo com as empresas funerárias, que também têm interesse na questão. Mas a funerária de plantão é responsável somente por transportar o corpo para o IML”, diz Sales.

Na prática, porém, quase sempre a funerária que transporta o corpo até o IML também acaba fazendo os funerais. “O que acontece é que a família, já fragilizada por causa de uma perda numa tragédia, não se preocupa com a questão financeira. Aí, aceita a proposta da funerária que já recolheu o corpo no local do acidente. É lógico que a funerária leva alguma vantagem em cima disso”, afirma um servidor aposentado de Montes Claros, que, recentemente, perdeu um irmão em um acidente na BR-135. “No caso do acidente com meu irmão, a família ficou tão abalada que logo se preocupou em contratar o serviço da funerária que transportou o corpo”, acrescenta. Em outubro, o motorista Oswaldo J. B. perdeu um filho de 20 anos em um acidente em Montes Claros e conta que a família acabou contratando a mesma funerária que levou o corpo ao IML. “Como a funerária praticamente já estava com o corpo, ficava mais fácil ela fazer o serviço”, afirma Oswaldo. Os serviços funerais foram contratados por R$ 2,4 mil e serão pagos com o dinheiro do seguro Dpvat, revelou o motorista.

ABORDAGENS

Além de permitir direcionamento, o sistema de rodízio não é capaz de impedir que familiares sejam abordados por várias funerárias. Há casos frequentes em que vários carros de empresas correm para atender a uma mesma ocorrência , com os agentes funerários entrando em disputa pelo serviço. No último sábado, o motorista Antonio Geraldo Santos, de 52 anos, morreu depois de uma batida entre duas carretas na BR-251, próximo ao povoado de Curral de Varas, município de Grão Mogol. Momentos depois da batida, chegou ao local um carro da filial em Grão Mogol da Funerária Bom Pastor, acionada pelo perito por ser a “plantonista” da semana para transportar os corpos. Mas, menos de uma hora depois, também apareceu um carro da Funerária Avelar (filial de Francisco Sá). O carro desta última permaneceu no local por cerca de 10 minutos, e foi retirado depois que o perito comunicou que o “plantão” era da Bom Pastor.

Depois de transportar o corpo de Antonio Geraldo Santos até o IML em Montes Claros, a Funerária Bom Pastor foi contratada para fazer os serviços de preparação do corpo, o traslado e o enterro, realizado domingo, em São João do Pacuí, também no Norte de Minas. Os serviços funerais foram pagos pelo seguro feito pela empresa dona da carreta que ele conduzia, transportando material usado na fabricação de explosivos. “Às vezes, uma funerária está de ‘plantão’. Aí acontece um acidente e aparece no local o carro de uma outra funerária, que ficou sabendo primeiro do fato, por ter sido avisada antes. Não sabemos quem, mas pode ser gente da própria polícia rodoviária que passa a informação em troca de alguma coisa”, diz um comerciante do setor, que prefere não se identificar.

“Isso é completamente errado e caracteriza crime ou uma infração administrativa, passível de punição. Mas, para isso tem que ficar demonstrado que o policial agiu por algum interesse particular ou para receber algum tipo de favorecimento”, afirma a chefe substituta da delegacia da Polícia Rodoviária Federal (PRF) de Montes Claros, Heloisa Menezes. Segundo ela, todos os integrantes da corporação são instruídos a acionar sempre a perícia civil em casos de acidentes com mortos.
 
REPERCURSÃO
Leitores comentam no em.com.br

“Onde anda a fiscalização da prefeitura, direitos humanos, Polícia Federal? Trata-se de um aproveitamento totalmente descabível”.
André Lemos

“Isso não acontece somente na capital. No interior, as funerárias abusam também”.
Jorge Castro

“Oh, Justiça! Isto acontece deste que inventaram este seguro (Dpvat). Sempre foi assim e começa no necrotério do hospital. É só ir à porta do IML e ver muitos que tratam desses assuntos”.

Ricardo Gonçalves de Souza
 
Fonte:  http://www.em.com.br/

MP e PM IGNORAM AÇÃO DE "AGENTES" DE FUNERÁRIAS

Funcionários de funerárias aproveitam a desinformação e a dor de parentes de mortos para oferecer serviços, mas assédio não é investigado pela polícia ou Ministério Público.

“São verdadeiros urubus. Não respeitam nossa dor e o momento de tristeza que estamos passando”. Foi assim que a agente comunitária de saúde Elisângela Taffner, de 32 anos, definiu o assédio de representantes de funerárias num hospital de Venda Nova, onde o primo morreu no domingo. Depois do anúncio da morte, funcionários da empresa que tem uma sala ao lado do necrotério da unidade hospitalar abordaram a moça oferecendo o serviço. “Ela estava todo empolgada, falante. Quando dissemos que meu primo tinha um plano funerário, ela ‘murchou’ e perdeu o interesse na gente. Queria saber como descobrem que somos familiares de uma pessoa que faleceu”, afirmou Elisângela ao lado do caixão do primo, enterrado na tarde de ontem no Cemitério da Paz, na Região Noroeste da capital.

Situações como essa são frequentes, conforme o Estado de Minas vem denunciando desde domingo, como o assédio das funerárias em hospitais e até sobre agentes da Polícia Civil que dirigem os rabecões e levam os corpos para as empresas, e não para o Instituto Médico-Legal (IML).

Contudo, pouco pode mudar, já que a Polícia Civil informou que a corregedoria da corporação aguarda denúncias formalizadas para investigar, mesmo havendo apenas quatro rabecões em BH e outros quatro para atender a região metropolitana. O Ministério Público Estadual informou que não há qualquer investigação em curso sobre funerárias.

O presidente do sindicato das empresas funerárias de Minas Gerais, José Afonso do Real, admite que os esquemas existem, mas diz que a entidade é contra. “O setor das funerárias é honesto, mas acaba malvisto por causa da função e das atitudes de maus profissionais, como ocorre em toda profissão”, disse. “Estamos tentando informar as pessoas para que cobrem seus direitos. Assim, essas funerárias que têm essa atitude errada vão mudando de postura com o tempo. Não é fácil mudar ‘indústrias’ de 40 anos do dia para a noite”, admite.

CÓDIGO DE ÉTICA

De acordo com o presidente do sindicato, uma das formas de tentar acabar com a “indústria” que lucra com a dor alheia subornando funcionários públicos e conseguindo vantagens indevidas ´é por meio de um código de ética, que está sendo preparado. “Na sexta-feira vamos nos reunir e começar a planejar esse código de condutas para disciplinar a profissão. Quem não seguir pode ser desfiliado e investigado pelo Ministério Público”, disse.

Enquanto isso, pessoas como a agente comunitária de saúde Elisangela Taffner continuam fustigadam nos momentos mais difíceis. Segundo Elisângela, essa não foi a primeira vez em foi vítima da abordagem indesejada de agentes funerários.
Ela conta que, há quatro anos, quando o pai dela morreu, chegou a ser puxada pelo braço na porta do hospital, no Bairro São Cristovão, na Região Noroeste. “Era uma legião de funcionários de funerárias. Alguns já falam com a gente dentro do hospital, na sala da assistente social. Eles se apresentam, inclusive, vestidos com uniformes do hospital”, comenta. “São muito frios. Só pensam em dinheiro, não se preocupam com o que estamos sentindo. Acham que o dinheiro é mais importante do que qualquer coisa”, afirma.

A irmã dela, a educadora infantil Sheila Lopes, de 30 anos, também reclama do tratamento e diz que o assédio fez com que optassem por um serviço funerário mais caro na ocasião da morte do pai. “Como estávamos fragilizadas, nem mesmo pensamos na possibilidade de procurar um funeral mais barato. Pagamos cerca de R$ 2,5 mil na época, enquanto tem velório que sai até por R$ 1,2 mil. Falaram que poderíamos dividir no cartão de crédito e fizeram várias promessas de que o serviço seria de melhor qualidade”, conta a moça.
Fonte:  http://www.em.com.br/

terça-feira, 1 de novembro de 2011

EX- AGENTE REVELA TÁTICAS DE FUNERÁRIAS

DISFARCE DE ASSISTENTE SOCIAL É A ESTRATÉGIA MAIS COMUM



Baltazar (nome fictício) no Cemitério da Paz, no Bairro Caiçara: até métodos para cansar famílias são usados

Cansado de uma rotina de 20 anos disputando cadáveres em hospitais e prontos-socorros com outras funerárias, um homem que atuou como agente e chegou até a ter um estabelecimento fúnebre conta como funcionam o que ele chama de “quadrilhas” que tiram vantagens financeiras de pessoas desesperadas. “O sofrimento de quem perdeu um familiar e não tem tanto conhecimento do processo de enterro e funeral é o que move esse mercado”, define o senhor, de pouco mais de 50 anos. Temendo ser morto por integrantes desses grupos criminosos, que contaria inclusive com a ação de policiais, ele pediu para ser identificado pelo nome fictício de Baltazar.

O disfarce de assistente social, ele diz, é o mais comum. “Alguns enfermeiros e auxiliares ligam para as funerárias antes de os corpos serem liberados de UPAs e hospitais menores. Passam os contatos dos familiares dos mortos e recebem comissão. Há médicos e assistentes que até preferem que os urubus (como trata os agentes que usam métodos ilegais para conseguir mais sepultamentos) tratem com os parentes. É menos uma obrigação no dia cheio deles”, conta.

Nesse negócio, segundo Baltazar, as roupas e a sala das funerárias têm de dar a impressão de ser partes próprias da instituição hospitalar. “Quando vêm, os urubus já estão com um catálogo com caixões para serem escolhidos, velas, coroas de flores, dizeres, trajes. Tudo do mais caro possível. Às vezes o cadáver vai ser enterrado no dia seguinte, mas eles conseguem lucrar vendendo tratamentos para conservação de corpos, indicados apenas para velórios que vão demorar dias ou serão em outras cidades”, revela.

PROMESSA DE TRANSPARÊNCIA

O Hospital Odilon Behrens enviou um contrato por meio de sua assessoria de imprensa que especifica como obrigação da Funerária Santa Casa os funerais de indigentes e carentes, além da eliminação de membros amputados e órgãos. Porém, ainda que não previsto no contrato enviado, a assessoria confirmou que todos os óbitos são encaminhados para a empresa privada, mas que eles são obrigados a informar que não há obrigação de se fazer o serviço pela Santa Casa. Para evitar mais confusões, os funcionários seriam avisados e banners seriam afixados com essas informações pelos corredores. A assessoria de imprensa da Santa Casa informou que não recebe todos os parentes de mortos e que seus funcionários são treinados para deixar bem claro que o serviço funerário é inteiramente opcional. A Funerária Central nega que tenha recebido mortos que deveriam ir para o IML e afirma não ter médicos atuando para lavrar atestados em suas dependências.

O Lifecenter informou por meio de comunicado que dispõe, em seu andar térreo, da Sala da Família e do necrotério, onde são direcionadas todas as demandas referentes a óbitos. Seria um “local reservado no qual disponibilizamos o serviço funerário (terceirizado), a exemplo da maioria dos hospitais de BH”. Informou ainda que o prestador de serviços funerários seria questionado e “qualquer conduta inoportuna é passível de penalidades e não será tolerada”. Segundo a assessoria de imprensa do Conselho Regional de Medicina, médicos que vendem certidões e participam de procedimentos ilegais nas funerárias podem ser submetidos a investigações e sofrer restrições ao exercício da profissão. A Polícia Civil informou que não foram encontrados os registros de remoções de corpos das vítimas que acusam os rabecões de terem levado os falecidos para as funerárias, mas pede que as denúncias sejam registradas. A Prefeitura de BH também tacha de irregular a colaboração de funcionários de UPAs com funerárias. (MP)

CANSAÇO
Quando o parente de um morto resiste, entram em ação métodos para cansá-los e depois confundi-los. “Fazem de tudo. Somem com os documentos do morto. Atrasam a assinatura dos formulários. Com isso, ganham quase 12 horas. A pessoa fica exausta. O corpo começa a inchar. Falam que até a outra funerária chegar, o corpo vai ficar deformado, que o carro da funerária vai furar o pneu, que a ponte pode cair”, ironiza. “Os hospitais fazem vista grossa. Sei de uma funerária, por exemplo, que deu três ambulâncias para um hospital”.

Antes de chegar ao necrotério, alguns corpos começam a ser disputados por agentes funerários. “Dentro do próprio rabecão os policiais oferecem serviços funerários. Usam a confiança na corporação para indicar serviços melhores. O golpe aqui é não levar o corpo ao Instituto Médico Legal (IML)”, conta. Toda vítima de acidente ou morte violenta precisa ser periciado pela medicina legal. Só que as pessoas podem requisitar que um médico dê o atestado de óbito em casa. “Os policiais entregam o corpo para as funerárias e um médico deles é quem assina o óbito. Quando você paga a funerária, ele ganha uma porcentagem e o policial também”, afirma. (MP)

PROJETO DISCIPLINA FUNERÁRIAS

Tramita em segundo turno na Câmara Municipal de Belo Horizonte o Projeto de Lei 1.577/2011, de autoria do vereador Wagner Messias, o Preto (DEM), que visa obrigar que os hospitais entreguem diretamente a familiares os atestados de óbitos e quaisquer outros documentos relativos aos mortos. “Apenas os familiares poderão receber esses documentos, ficando assim livres para escolher a empresa que desejarem para fazer o funeral”, disse o vereador. De acordo com Preto, ele mesmo foi vítima da ação de funerárias e hospitais. “Quando meu pai morreu, fomos procurar saber e o corpo dele estava na funerária, com os procedimentos todos já até sendo feitos. Isso é uma falta de respeito. Mandamos parar tudo e tiramos ele de lá”, conta.

FAMÍLIAS DENUNCIAM ABORDAGENS E RAPIDEZ NO CONTATO DE FUNERÁRIAS

"Alguém passa nosso telefone", diz parente.


José Vieira e Cristina dizem que corpo do irmão dela foi direto para funerária. "Um absurdo", diz ele.

O encontro com o lado mais macabro da indústria dos funerais não sairá tão cedo da lembrança do ourives Alexandre Antônio da Silva, de 32 anos. “Uma gente mal-encarada e perigosa”, define. Ele queria ajudar a família da esposa a enterrar a sua sogra, Elizete Silva Santos, de 56. A senhora morreu em casa, no meio da madrugada, na última quinta-feira. “Tentei chamar o rabecão, mas ninguém atendeu. Decidimos ir ao Instituto Médico Legal (IML)”, lembra. Lá, ele teve a primeira visão de homens que tentam controlar enterros e velórios. “Tinha um cara vestido de bombeiro dentro do IML. Ele nos abordou querendo nos convencer a usar os serviços de uma funerária”, afirma.
O procedimento padrão seria chamar o rabecão e esperar que o corpo passasse pela medicina legal, onde se determina a causa da morte para apurar eventuais crimes. Para evitar isso e tentar faturar mais, o suposto bombeiro iniciou uma pressão psicológica sobre as filhas da falecida. “Falou que iam cortar o corpo da minha sogra todo no IML. Que iam acabar com ela. Por isso era melhor levar para a funerária, onde havia médicos para fazer o atestado de óbito”, lembra Alexandre.

Na funerária, outra figura surgiu, vestindo um jaleco sujo e manchado, com os braços, o pescoço e os dedos cobertos por joias de ouro. Era o médico que faria o atendimento. “Parecia um mafioso ou bicheiro mesmo. Chegou de dentro da funerária e disse que estava fazendo um favor para a gente. Uma ação beneficente. Deu uma carimbada e assinou o atestado de óbito”, lembra. Porém, Alexandre tem certeza que a recompensa do médico seria paga pela funerária. “Cobraram muito mais caro. Só que, no estado em que a gente estava, no meio daquela gente, assinava qualquer coisa”. O custo do enterro na mesma funerária é R$ 1.350, mas a família acabou pagando R$ 1.900.
 
REVOLTA:

O sofrimento de ter perdido o irmão bloqueou o raciocínio da dona de casa Maria Ângela Expedito, de 60. Ainda triste, ela só descobriu que o atestado de óbito estava dentro de uma funerária quando já tinha pago um valor muito acima do de mercado pelo caixão, coroa de flores e ornamentações. Passada a dor, veio a revolta. “Minha mãe ficou revoltada com os abusos que os agentes fizeram ela p*assar. Foi muita demora, ameaças de que o corpo ia ficar deformado antes que outra funerária chegasse. Por isso ela resolveu pagar um plano funerário”, conta o filho dela, o vendedor Adilson Ângelo Expedito, de 32 anos. Não adiantou. Nesta quinta-feira, dona Maria Ângela morreu na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Centro-Sul. Mesmo com todos os parentes sabendo sobre a cobertura para o enterro, eles ainda receberam vários telefonemas com ofertas de funerárias.


Ezequiel e um irmão em frente à sepultura da mãe:
Ele reclama de seguidos telefonemas de três funerárias
 “Só pode ser algum funcionário da UPA que avisou a essas funerárias. Meu pai ficou revoltado. Brigou com eles no telefone”, protesta outro filho de Maria Ângela, o vigilante Ezequiel Expedito, de 29. De acordo com os dois irmãos, a mãe faleceu por volta das 10h. “Fomos para casa para avisar os parentes. Lá pelas 14h as funerárias começaram a telefonar. Foram umas três diferentes. Com certeza alguém ganhou algum (dinheiro) para passar o telefone da gente e o nome dela”, afirma Ezequiel.

Todos os níveis sociais estão sujeitos os esquemas de funerárias instaladas em hospitais para lucrar com a dor. No caso da morte de Maria Madalena da Silva, 86, o neto dela diz que o próprio médico do Hospital Lifecenter orientou sobre o procedimento. “Ele nos disse que devíamos ir ao subsolo para liberar o corpo. A pessoa que nos atendeu começou a falar de enterro, queria mostrar um álbum com os caixões. Foi quando desconfiamos de que se tratava de uma espécie de venda casada e recusamos tudo”, disse o advogado Guilherme Ferreira e Oliveira, de 27, um dos netos. “Na hora, estava muito triste. Depois, fiquei com essa afronta na garganta. Estou aliviado em denunciar esse esquema”, desabafou.
 
O PAPEL DE CADA UM

Agentes funerários de apoio

São contratados das funerárias que ficam dentro dos hospitais públicos e particulares. Para enganar suas vítimas, se fingem de assistentes sociais para que as pessoas pensem que são empregados de um serviço do hospital.

Médicos e enfermeiros

Alguns profissionais entregam a relação de óbitos diretamente para o ponto de apoio das funerárias. Depois, apenas encaminham os familiares para lá, sem dizer que se trata de um serviço privado e opcional.

Policiais do rabecão

De acordo com as denúncias, há policiais recebendo porcentagem e até salário de funerárias sobre cada morto que deixam de entregar no Instituto Médico Legal. Eles levam os corpos para dentro das funerárias.

Funcionários na porta do IML

Povoam os arredores e a porta do Instituto Médico Legal. São responsáveis por convencer pessoas que chegam para liberar corpos de parentes ou reconhecê-los a utilizar os serviços de suas empresas.
 
Fonte: http://www.em.com.br/

RODÍZIO DE FUNERÁRIAS TAMBÉM NO HGE, DENUNCIAM FAMILIARES

Uma nova denúncia feita por familiares de pessoas mortas revelam que o rodízio de funerárias acontece também no Hospital Geral do Estado (HGE). Na última sexta-feira, a reportagem do Tudo na Hora mostrou um ofício em que era determinado a funcionários do Instituto Médico Legal de Maceió (IML) indicar quatro funerárias de plantão a parentes de vítimas que tinham seus corpos encaminhados ao órgão.


Na manhã desta segunda-feira (31), a reportagem voltou ao IML para conversar com famílias de vítimas da violência no fim de semana e saber se havia sido suspenso o rodízio de plantões funerários dentro do órgão público, quando recebeu denúncias de que as abordagens e aliciamento de funcionários de funerárias começam ainda no Hospital Geral do Estado.

"Tive meu tio e sobrinho baleados durante o fim de semana na cidade de Jequiá da Praia e que terminaram morrendo no HGE. Quando fui encaminhado para o setor de assistência social, já fui procurado por um agente de funerária de plantão para contratar serviços funerários. Nem precisou chegar no IML", disse Claudécio Alves dos Santos.

A coordenadora do Serviço de Assistência Social do HGE, Tânia Teodósio, disse desconhecer a prática de qualquer indicação de serviço funerário pelo setor. No entanto, afirmou que qualquer denúncia por parte da população deve ser feita com nome do funcionário para que se possa instaurar sindicância administrativa. "Qualquer caso que chegue ao nosso conhecimento será rigorosamente apurado", assegurou.

Na última sexta-feira, o presidente do Sindicato das Funerárias de Alagoas, José Ferreira dos Santos, disse não haver nenhuma ilegalidade em se fazer um rodízio de plantão de funerárias dentro de órgãos públicos. Ele disse que era apenas uma forma de organizar o fornecimento dos serviços, segundo ele considerado essencial, e que qualquer estabelecimento do estado pode participar do sistema de plantão.

Para a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e o Procon, o rodízio de plantão é ilegal por ferir o Código de Defesa do Consumidor e a livre concorrência. "As pessoas não podem perder o direito de escolher qual o serviço quer contratar. Em um momento de fragilidade e dor, este tipo de aliciamento é uma prática abusiva que precisa ser evitada", afirmou o presidente da Comissão de Defesa do Consumidor da OAB, José Tenório Gameleira.

Ainda nesta segunda-feira, o diretor da Perícia Oficial do Estado, coronel Liberato, deve determinar a instauração de inquérito policial para apurar a denúncia de rodízio de funerárias no IML.

MÁFIA LUCRA COM SEGURO DPVAT

Funerárias e advogados aproveitam momento de dor de parentes para intermediar liberação do Dpvat, pago quando há morte no trânsito. Há casos em que ficam com todo o dinheiro.

Entre pessoas que se movem enfaixadas, amparadas por outras que as ajudam a entrar no Hospital de Pronto-Socorro João XXIII, no Bairro Santa Efigênia, Região Leste de Belo Horizonte, há quem busca apenas respirar um pouco fora da instituição para tentar aliviar a dor de ter perdido um parente ou amigo. Se em meio a essa tristeza alguém mencionar que a morte se deu por acidente de trânsito, vai descobrir que não está sozinha. Espreitando potenciais clientes, logo aparecem representantes de empresas especializadas em lucrar com a liberação do seguro de danos pessoais causados por veículos automotores de via terrestre, o Dpvat. Como agentes funerários infiltrados em hospitais e as funerárias que desviam corpos do Instituto Médico Legal (IML), essa ação de atravessadores é mais um lado da indústria macabra que lucra com a morte, como mostra desde ontem o Estado de Minas.

O lucro com a liberação do seguro é alto. Qualquer pessoa que se acidenta no trânsito, seja vítima ou causador, tem direito ao seguro. No caso de morte, o valor do prêmio é de R$ 13,5 mil. É aí que agem os atravessadores dos escritórios de advocacia, associados a instituições financeiras e funerárias. Quando encontram parentes pobres e desesperados, com dificuldades para arcar com as despesas, eles oferecem adiantamentos. A simples contratação desses serviços, porém, resulta no comprometimento por contrato de 20% a 30% do valor bruto do seguro, ou seja, de R$ 2.700 a R$ 4.050. Isso, sem contar com os custos das funerárias associadas a esses serviços. No fim das contas, depois do prazo de 30 a 40 dias para que o Dpvat seja liberado, o beneficiário da vítima se vê com pouco ou nenhum dinheiro.

Poucas pessoas lesadas acionam na Justiça escritórios que atuam com o Dpvat. Dos nove processos que tramitam no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), em apenas um houve condenação por apropriação indébita. O caso foi julgado em 2003 e se refere a um intermediário, representante de uma funerária da cidade de Monte Carmelo, na Região do Alto Paranaíba. Dos R$ 6.754 do prêmio do seguro, o agente funerário descontou R$ 2.604 pelo velório e enterro e devolveu apenas R$ 2.100, tendo embolsado R$ 2.050. Além de devolver essa quantia, a Justiça condenou o réu à prestação de serviços sociais.

Nos demais casos, os agentes foram absolvidos. De acordo com a Seguradora Líder, que administra o Dpvat, não é ilegal intermediar a liberação do seguro, ainda que se insista para que as pessoas não façam isso por meio de terceiros, já que as próprias vítimas e seus beneficiários podem receber o prêmio sem custos de operação. Alguns especialistas, no entanto, consideram que beneficiários do seguro podem pedir anulação desses contratos na Justiça nos casos em que a empresa se aproveita de um momento de desorientação das famílias.

Os escritórios fazem mais do que apenas prover os processos de movimentação. A reportagem apurou que eles incluem em seus custos o pagamento a pessoas que trabalham ou têm acesso às informações sobre os óbitos, reduzir o tempo de reunião de documentos, e até ao relatório policial que descreve as circunstâncias dos acidentes.
 
“AJUDA"

Na porta de entrada de visitas do HPS, o EM constatou que atravessadores abordam rapidamente quem chora a morte de um familiar no trânsito. Menos de um minuto depois de a reportagem simular a perda de um parente, uma mulher se aproximou com um panfleto e um cartão na mão. Os dois papéis propagandeiam que quem sofre acidentes pode receber o seguro Dpvat. “Sou de um escritório de advocacia no Centro. A gente ajuda vocês a liberarem o seguro. Para mortes o valor é de R$ 13.500”, disse.

Quando perguntada se poderia ajudar com o funeral, a agente do escritório usou o telefone celular para consultar a empresa. “Eles podem adiantar o dinheiro. Mas vão lá para conversar com eles”. O prédio do escritório funciona na Rua Tamoios. O próprio porteiro já sabe do que se trata, tamanho o volume de clientes. “É o escritório do Dpvat, não é? 19º andar”, indica.

O escritório ocupa o andar inteiro do edifício, com secretárias, pastas com processos sobre as mesas e movimento razoável de clientes. Uma advogada e um homem que se identificou como gerente da empresa descrevem o serviço numa sala ampla, depois de servirem café e água. “Fazemos uma consultoria. No caso do Dpvat, toda pessoa que se envolve em acidente tem direito, ou os seus beneficiários. Cobramos uma comissão de 30% do valor”, disse o gerente.

Enquanto eles negociam, outro funcionário anota os dados do morto, como o nome dos pais e o local do óbito, para conferir no hospital e na polícia. Com essas informações, os advogados optam pelo caminho a seguir no processo, podendo incluir até pedidos de indenização contra empresas de ônibus e órgãos públicos envolvidos, por uma comissão ainda a ser acertada.

Em meio a dúvidas sobre o funeral do parente fictício, o gerente revela que o escritório é uma filial de uma empresa que tem os mesmos serviços no Rio de Janeiro. “Vamos adiantar para vocês o dinheiro. Vocês podem fazer o funeral e tudo mais com tranquilidade e a gente desconta do valor do Dpvat. Só não consigo esse dinheiro hoje, porque já está tarde e o recurso vem do escritório central, no Rio”, afirma o advogado. A assessoria de imprensa da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) informou que não tem conhecimento desses casos de abordagens para oferecimento de liberação do seguro Dpvat que ocorrem fora do hospital.

PALAVRA DE ESPECIALISTA:

NEGOCIAÇÃO PODE SER ANULADA



DIAMANTINO SILVA FILHO - advogado, ESPECIALISTA EM DIREITO PÚBLICO


Os contratos para intermediação do Dpvat feitos em circunstâncias estranhas, e que incluem comissão, podem ser considerados ilegais. O serviço é captado numa situação em que a pessoa não está raciocinando direito e os papéis são assinados num momento de extrema desorientação das famílias. Escritórios tiram proveito dessa situação e as vítimas que se considerarem lesadas devem entrar com ações judiciais pedindo a anulação desses contratos.

ESCRITÓRIO AVISA SOBRE MORTE

A notícia do atropelamento do pai da psicóloga Cláudia Costa Moreira, de 33 anos, não foi dada por um parente próximo, uma testemunha do acidente ou pelo serviço médico de urgência. Foi um representante de um escritório de advocacia especializado em indenizações por acidentes de trânsito quem procurou a família da moça em casa para informá-los do fato como também indicar o serviço de requerimento do seguro Dpvat. Como estavam sem condições financeiras para pagar o funeral, a empresa ofereceu um adiantamento à família para custear o velório e o enterro, mas eles optaram por um pagamento parcelado com cheques. Mas, frágil pelo momento de luto, a moça então assinou vários papéis e delegou aos advogados a autorização para receber o valor do seguro para vítimas de acidente de trânsito. A ‘boa ação’ da empresa, no entanto, teve preço e custou à família 30% do valor da indenização de R$ 13,5 mil.

O acidente ocorreu em 2007. Quando atravessava o cruzamento da Rua da Bahia com Avenida Augusto de Lima, no Centro de Belo Horizonte, o pai de Cláudia foi atingido por um ônibus. “Não faço ideia de como o advogado ficou sabendo da morte dele, mas o fato é que vieram aqui em casa, me levaram ao IML e ao cartório no carro deles e providenciaram a documentação”, conta.

Em cerca de 30 dias o dinheiro foi liberado. Foi quando Cláudia foi chamada no escritório para receber os 70% restantes do dinheiro. “Eles mesmos sacaram o dinheiro e me deram a nossa parte por meio de um cheque. Nem sei se nos pagaram o valor correto”, desconfia. A psicóloga afirma que no momento em que foram abordados não sentiram que o advogado foi invasivo por causa da situação. “Se fosse hoje, daria entrada no seguro com meu advogado, porque a taxa é abusiva”.

Fonte: http://www.em.com.br/