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segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

VIVA A VIDA


VIVER A VIDA É ADMINISTRAR A MORTE

sexta-feira, 17 de Fevereiro de 2012 | 17:29

Para muitas pessoas falar sobre morte é um suplicio, alguns evitam, inclusive, entrar em cemitérios, respeito, mas sugiro que procurem algum auxilio para minimizar essa fobia.
Alguns pais erroneamente criam seus filhos com a cultura de temer a morte, inclusive, até ameaçando morrer caso o filho faça coisas erradas, daí esse pavor. Entendo que os pais deveriam transmitir aos seus filhos ensinamentos sobre a morte, crescentes de acordo com a idade, para que lidem melhor com esse processo, inexorável, conseqüência da vida.
Pessoalmente, sou adepto do ensinamento do escritor alemão Von Goethe, que dizia: “Uma vida ocioso é uma morte antecipada”, não preferencio o tema nem fujo dele, vivo intensamente e procuro ter rotina de trabalho e lazer, todas essas atividades com muito bom humor.
Benjamin Franklin, o grande estadista americano, sobre o assunto, lapidou uma frase perfeita: “O homem fraco teme a morte, o desgraçado a chama; o valente a procura. Só o sensato a espera”.
Sou adepto assumido do necroturismo, e sempre que viajo, tendo tempo, não deixo de visitar cemitérios. Alguns julgam este gosto mórbido, surreal, mas tenho esse hobby como meio de crescer culturalmente, reecontrando-me com a história dos povos, suas personalidades, eternizadas em esculturas, símbolos religiosos, maçons e militares.
À respeito, registro que a administração de Montevidéo, percebendo esse interesse, inaugurou em 2009, um sistema de visitas guiadas periódicas ao Cemitério Central, construído em 1835, com visitas a noite, com som de musicas clássicas.
Conheço dezenas de cemitérios, já escrevi sobre essas andanças, destaco como imperdível, entre outros, o cemitério de La Recoleta, construído em 1822, no charmoso bairro da bela Buenos Ayres, onde está sepultada a heroína argentina Evita Perón.
Ainda sobre assuntos necrológicos, sugiro que os agentes funerários e os meios de comunicação, particularmente os jornais, voltem a anunciar os óbitos com a foto do falecido, facilitando aos sobreviventes identificar pessoas amigas, pois temos amizades significativas com pessoas conhecidas “só de vista”, ainda tratadas por apelidos ou codinomes, nem sempre mostrados nos obituários.
Por derradeiro, repasso um ensinamento deixado por minha saudosa avó, a uruguaia Adoracion Doraliza Gonzalez-Urrutia, para temas sobre os quais não temos controle, como é o caso da morte: “Lo que no tiene solución, se resuelve”. Registro a existência de conceito idêntico no Brasil atribuído ao grande Fernando Sabino: “O que não tem solução, solucionado está”.

Escrito por Alberto Amaral Alfaro / blogdoalfaro.com.br

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