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terça-feira, 1 de novembro de 2011

RODÍZIO DE FUNERÁRIAS TAMBÉM NO HGE, DENUNCIAM FAMILIARES

Uma nova denúncia feita por familiares de pessoas mortas revelam que o rodízio de funerárias acontece também no Hospital Geral do Estado (HGE). Na última sexta-feira, a reportagem do Tudo na Hora mostrou um ofício em que era determinado a funcionários do Instituto Médico Legal de Maceió (IML) indicar quatro funerárias de plantão a parentes de vítimas que tinham seus corpos encaminhados ao órgão.


Na manhã desta segunda-feira (31), a reportagem voltou ao IML para conversar com famílias de vítimas da violência no fim de semana e saber se havia sido suspenso o rodízio de plantões funerários dentro do órgão público, quando recebeu denúncias de que as abordagens e aliciamento de funcionários de funerárias começam ainda no Hospital Geral do Estado.

"Tive meu tio e sobrinho baleados durante o fim de semana na cidade de Jequiá da Praia e que terminaram morrendo no HGE. Quando fui encaminhado para o setor de assistência social, já fui procurado por um agente de funerária de plantão para contratar serviços funerários. Nem precisou chegar no IML", disse Claudécio Alves dos Santos.

A coordenadora do Serviço de Assistência Social do HGE, Tânia Teodósio, disse desconhecer a prática de qualquer indicação de serviço funerário pelo setor. No entanto, afirmou que qualquer denúncia por parte da população deve ser feita com nome do funcionário para que se possa instaurar sindicância administrativa. "Qualquer caso que chegue ao nosso conhecimento será rigorosamente apurado", assegurou.

Na última sexta-feira, o presidente do Sindicato das Funerárias de Alagoas, José Ferreira dos Santos, disse não haver nenhuma ilegalidade em se fazer um rodízio de plantão de funerárias dentro de órgãos públicos. Ele disse que era apenas uma forma de organizar o fornecimento dos serviços, segundo ele considerado essencial, e que qualquer estabelecimento do estado pode participar do sistema de plantão.

Para a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e o Procon, o rodízio de plantão é ilegal por ferir o Código de Defesa do Consumidor e a livre concorrência. "As pessoas não podem perder o direito de escolher qual o serviço quer contratar. Em um momento de fragilidade e dor, este tipo de aliciamento é uma prática abusiva que precisa ser evitada", afirmou o presidente da Comissão de Defesa do Consumidor da OAB, José Tenório Gameleira.

Ainda nesta segunda-feira, o diretor da Perícia Oficial do Estado, coronel Liberato, deve determinar a instauração de inquérito policial para apurar a denúncia de rodízio de funerárias no IML.

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